Um novo cenário no Senado com a vantagem governista

PSDB reorganiza Partido, antes de definir nomes para a sucessão


Ações começam por São Paulo, visando integrar os seus filiados
Enquanto o PSDB ainda busca manter a unidade interna, diante das primeiras movimentações visando 2014 com José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin mantendo aspirações ao mesmo projeto, apesar das sequelas da campanha passada, seus dirigentes deram início a outro tipo de ação. A que envolve a prometida reorganização partidária, e que começou a partir de São Paulo. 20 mil filiados do diretório estadual devem receber carteira de identificação com nome, número e data de filiação: "Estamos colocando o nosso partido na era digital. Mais do que isso, estamos valorizando o verdadeiro tucano, aquele que anda com a carteirinha do partido do bolso e tem orgulho de mostrar para todo mundo", argumenta José Henrique Reis Lobo, presidente do PSDB na capital paulista.
Lideranças do PSDB: senador Aécio Neves e o ex-governador de SP, José Serra/Foto: F. Pozzebom/ABr
Nesses primeiros meses, após a derrota eleitoral, o Partido chegou a recorrer a Fernando Henrique que foi à TV mais de uma vez, procurando sacudir o Partido. Ele que também chegou a dizer no início do ano, questionado sobre o futuro tucano, que a fila tinha andado e a vez era de Aécio...
O fato é que o PSDB não tem, até porque é cedo, um nome definido para 2014, mas trata de manter a unidade e evitar disputas internas, quando a nova eleição está muito distante...

E a reforma?
Os tucanos em nível nacional também criaram uma comissão de deputados e senadores para ampliar a discussão da reforma política e que apresentará sugestões às bancadas. Integram essa comissão os senadores Aécio Neves, presidente da comissão, Aloysio Nunes e Lúcia Vânia, os deputados Mendes Thame e Márcio Bittar, além do ex-deputado federal João Almeida e José Lucena Dantas.

E a outra reforma?
Enquanto isso a Comissão de Reforma Política instalada no Senado já realiza sua primeira reunião amanhã. Há uma tentativa de definir até o dia 8 de abril um anteprojeto, com propostas de mudanças nos sistemas político e eleitoral. O presidente da comissão, Francisco Dornelles, quer definir, em principio, temas como o financiamento de campanha; regras para a suplência; filiação partidária e coligações; e voto facultativo.
Trata-se, na realidade, de um autêntico desafio para uma proposta que vem sendo anunciada e prometida há algum tempo.

Kassab articula
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, continua em evidência e admitiu ter recebido convites do PSB e do PMDB para deixar o DEM. Ele anunciou, porém, que não irá definir seu destino político antes de 15 de março, data da Convenção Nacional do DEM para eleger a nova direção da sigla: "Recebi convites muito respeitosos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos e do vice-presidente da República, Michel Temer, no caso de haver uma saída do DEM", explicou o prefeito de São Paulo, que avança mais um pouco: "Fiquei muito sensibilizado e grato, mas seria uma deselegância muito grande com os dirigentes do DEM discutir qualquer coisa antes de 15 de março."

Kassab tem uma conversa agendada com os ex-senadores Jorge Bornhausen e Marco Maciel e mais o atual líder no Senado, José Agripino. "Até lá, eu não posso falar sobre o assunto porque seria um desrespeito com os dirigentes do DEM".

Explica, no entanto, o prefeito, as conversas com dirigentes de outros partidos são comuns e sua relação com os dirigentes do DEM permanece "a melhor possível. "Muito transparente, fraterna e de parceria", explicou.

O fato, porém, é que Kassab conversa sobre a mudança de partido há algum tempo. O primeiro contato nesse sentido foi com o PMDB e depois o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Como pretende levar seus aliados consigo e teme que o DEM reivindique os mandatos, alegando infidelidade partidária, a ideia de lançar uma nova sigla, o PDB, pode ser uma alternativa jurídica. Kassab poderia criar um "partido de passagem" e em seguida incorporá-lo a outra legenda. Esta, pelo menos, é uma das versões.
Enquanto ele se mantém em evidência os convites surgem e, agora, envolvendo também o PSB. O prefeito paulista, aliás, não faz segredo dos convites de Eduardo Campos e Michel Temer, envolvendo PSB e PMDB respectivamente.

Cortes
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão vai detalhar o corte do Orçamento da União deste ano. O anúncio será feito pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. No último dia 9, o governo divulgou corte de R$ 50 bilhões no Orçamento.
Um novo cenário no Senado com a vantagem governista
E na oposição, os mineiros Itamar Franco e Aécio partem para crítica
A votação do salário mínimo mostrou a nova realidade no Senado: a maioria do governo, após um bom tempo em que esteve em desvantagem, desfruta agora de uma situação majoritária, muito confortável...
A queda da CPMF mostrava, no passado, uma situação desfavorável, mas sempre questionada pelo Planalto. E, além do novo quadro governista, as atuais lideranças da oposição também vivem uma nova experiência. Os senadores Itamar Franco e Aécio Neves já deram seus primeiros sinais no debate do salário mínimo. Itamar mais questionador, enquanto Aécio Neves preferiu fazer sua tomada de posição crítica, mas sem polêmica. A votação do “mínimo”, aliás, foi o primeiro momento em que foi possível sentir que a base governista está não só em vantagem numérica, mas homogênea. E, nela, a experiência do peemedebista Romero Jucá, mantido no posto, ajuda a consolidar a unidade do grupo.

Posição na ONU
O Brasil será representado na reunião da ONU hoje numa sessão em que deverá avaliar a situação na Líbia e Oriente Médio pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos.

Cortes no Orçamento
O Ministério do Planejamento confirmou que o detalhamento do corte no orçamento federal de 2011 deve sair logo. O objetivo é anunciar o valor dos bloqueios, por ministérios, antes da próxima reunião do Copom para esta semana. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participará do anúncio do corte, disse que os valores não serão revertidos no decorrer do ano.
O corte de R$ 50 bilhões visa conter a demanda e a inflação, e pode influir na taxa de juros no ano.

Reforma e posições
O vice-presidente Michel Temer admitiu ao defender o fim do sistema de votação proporcional para os parlamentares, que o número de pessoas “que chicoteiam” a proposta, batizada de “distritão”, supera as que apoiam. Na tentativa de reduzir as resistências, ele observa que o fim do quociente eleitoral, como defende, não afetará os partidos políticos, pois o projeto vai impor ao candidato fidelidade partidária até seis meses do fim do mandato. Temer diz que o atual sistema de votação proporcional para a Câmara dos Deputados e as assembleias legislativas não respeita a vontade popular.

Solução para suplentes
Lideranças no Congresso são de opinião que uma decisão final do STF mantendo as regras já aplicadas na Casa segundo a qual a suplência pertence às coligações, não aos partidos seria a melhor via para resolver o impasse. Mas admitem que o Congresso deve esperar a decisão final do STF sobre a posse dos suplentes antes de uma norma para resolver o impasse.
O STF já tomou decisões em favor do suplente do partido em cinco casos diferentes, mas os líderes admitem que isso não indica a tendência da decisão final.

Mínimo sancionado
A presidente Dilma Rousseff já sancionou o projeto que reajusta o salário mínimo em R$ 545 e que define a política de valorização até 2015. A sanção será publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira e o valor passa a valer a partir do próximo dia 1º de março

Comentários

Postagens mais visitadas