Ações de Lula em Brasília visam recompor base e deixar defensiva

Carlos Fehlberg do politicaparapoliticos
Caso Palocci: Dilma abre caminho para enfrentar crise e superar problemas com setores da base
O ministro Antônio Palocci seguiu a recomendação de Lula e ofereceu à bancada do PT as respostas que encaminhará à Procuradoria Geral da República, defendendo-se das críticas que dominaram o cenário político da última semana. Foi um dia de reuniões, contatos e correções de rumos, segundo o líder Humberto Costa que julgou consistentes as informações recebidas. Num encontro ocorrido no Palácio da Alvorada com as presenças de parlamentares do PT, ministros e a presidente Dilma Rousseff, Antônio Palocci ofereceu esclarecimentos sobre as recentes acusações contra ele. O líder do PT, Humberto Costa saiu satisfeito da reunião, mas não avançou em suas declarações: "Eu não vou me antecipar aqui, porque ele ( Palocci) fará por intermédio da resposta que vai dar à Procuradoria Geral da República. Mas, a mim, como aos demais senadores que lá estiveram, as informações e as explicações pareceram bastante consistentes".
O ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff e o ministro Antônio Palocci (Casa Civil).
Muitas reuniões
Dilma fará ainda uma série de reuniões com os demais partidos da base do Senado. Enquanto isso, Lula ampliou seus contatos, insistindo em que Palocci não pode ser desamparado. Na conversa na casa de Sarney, em outro momento, o ex-presidente Lula pediu que todos colocassem suas pendências que ele as levaria para Dilma e para os ministros da área. E fez uma avaliação da crise envolvendo Palocci. Este enquanto ocorria a reunião de Lula com aliados, telefonou para correligionários, buscando estabelecer e ampliar contatos.
Dilma reconhece
A presidente Dilma Rousseff também revelou, após evento no Palácio do Planalto que Antonio Palocci, está dando as informações necessárias sobre sua evolução patrimonial nos últimos quatro anos. E ainda observou que estão sendo oferecidas todas as explicações necessárias, pedindo que não haja "politização" sobre o episódio. Fez ainda uma defesa do ministro durante a solenidade pública de assinatura de convênios para a construção de quadras esportivas em escolas, na qual Palocci estava presente. Disse esperar que essa questão não seja politizada.
Palocci revela defesa
O ministro Antonio Palocci, seguiu os conselhos recebidos e antecipou ontem as linhas básicas da defesa que apresentará à Procuradoria-Geral da República num encontro com parlamentares da base aliada. Estavam presentes, além de Dilma, quinze senadores do PT. Após o encontro, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, relatou a jornalistas que Palocci falou por iniciativa própria durante 15 minutos, mas não quis antecipar detalhes das explicações do ministro: “A defesa foi bem consistente”. Palocci não informou quando entregará a defesa à Procuradoria-Geral da República, que deu prazo de 15 dias ao ministro para explicar sua evolução patrimonial.
E o Código também
No encontro o aprimoramento do texto do projeto de reforma do Código Florestal, que seguiu para o Senado, também entrou em pauta. Agora, a presidente manterá um contato mais próximo com os senadores da base aliada para que novas mudanças sejam feitas e "chegue a um texto que equilibre as demandas dos ambientalistas e dos ruralistas.”
Confirma
O presidente da Câmara, Marco Maia admitiu também certa insatisfação da base governista em relação ao relacionamento com o Palácio do Planalto, afirmando que as críticas dos governistas são uma “realidade”: “estamos em um período de adaptação, de início de governo, e a tendência é de que, com o passar do tempo, esse diálogo da base governista com o Planalto seja melhor articulado. Acho que aquilo que foi levantado pelo presidente Lula é realidade e nós precisamos trabalhar no sentido de melhorar essa relação cada vez mais”.
No Senado
Tal como fez com senadores do PT, Lula também se reuniu com líderes partidários do Senado para pedir “mais entrosamento” da base com o governo, revelou o líder do governo, Romero Jucá. Solicitou ainda apoio aos aliados do Senado para “fortalecer” o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci: “O que conversamos foi sobre a articulação política e a necessidade de fortalecer o trabalho do ministro Palocci, do ministro Luiz Sérgio, enfim, melhorar a relação do Congresso com o Planalto para fazer o governo funcionar melhor e o Congresso também. Conversamos sobre o trabalho feito pelo Palocci e a forma como a condução política precisa ser aprimorada”
Enquanto isso circulava a informação de que a oposição conseguiu até agora o apoio de cerca de 100 deputados para instalar uma CPI destinada a investigar a evolução patrimonial do ministro Antonio Palocci. Mas para que ela vire realidade são necessárias as assinaturas de 171 parlamentares da Câmara. No Senado, houve a adesão de 20 parlamentares à abertura da comissão, mas são exigidas assinaturas de 27 senadores.

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