DEM projeta lançar candidato próprio em 2014.

Carlos Felhberg -Brasilia

E Demóstenes Torres aceita
Partido se reúne e traça estratégias políticas que também envolvem eleições municipais

O DEM não só confirmou o senador José Agripino na presidência do Partido, ontem, mas suas lideranças também anunciaram a disposição do Partido em lançar candidato próprio à Presidência em 2014. Um dos nomes lembrados é do líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres. E no seu pronunciamento ele já focalizou temas nacionais sinalizando sua disposição de participar da disputa. E logo cobrou do Partido que marque posição. Agripino, mantido no comando do partido até 2014, admite que há uma pressão da base para que o partido tenha candidato ao Planalto, dizendo que é normal que reivindique candidatura própria, após declarar na convecção que "se deus quiser, teremos candidato".

Estratégia interna
Mesmo que o PSDB lance o senador Aécio Neves, o presidente do DEM disse que a prioridade é a estratégia interna. "Ninguém lançou candidato. Um diálogo mais próximo, sim, com PSDB, compulsório, não!". O partido, no entanto, afasta aliança com PSD, do prefeito Kassab, que atraiu muitos integrantes do DEM. Agripino deseja, no momento, um forte trabalho da legenda para crescer nas eleições municipais. E acredita que elas vão reerguer o partido. Também não faltaram críticas ao governo Dilma Rousseff pela queda de seis ministros além da baixa execução de programas, como o PAC.

DEM e as eleições
O lançamento de Demóstenes, embora informal deixou clara a intenção de lançar mesmo um candidato próprio nas próximas eleições presidenciais. Demóstenes diz com ênfase que a legenda "deve se preparar para ter candidato a presidente da República". A maioria dos discursos foram nesse sentido. O presidente reeleito, José Agripino, deixou tudo claro: " Os caminhos vão ser outros. Vamos fazer aliança com quem temos afinidade e onde houver conveniência política. Não emprestaremos nossa história a quem não tem história. Em 2012, vamos sair muito maiores do que entramos, com prefeitos em capitais e nas grandes cidades. E a eleição de 2012 vai ser a avant-première de 2014. Vamos crescer nas duas e se Deus quiser disputar as eleições para presidente em 2014", prometeu ele.

Retrospecto
Ainda como dissidência do antigo PDS, o grupo político do atual DEM, apoiou as candidaturas de Tancredo Neves/José Sarney em 1985. Teve candidato próprio em 1989, quando lançou Aureliano Chaves, depois se aliou ao PSDB e ofereceu Marco Maciel como vice de Fernando Henrique, ambos reeleitos. Na última disputa ainda indicou o vice de José Serra, o deputado do Rio, Índio da Costa. O líder do DEM na Câmara, ACM Neto, foi ontem, também, um dos defensores da candidatura em 2014.

Serra e Prefeitura
Dirigentes do PSDB e secretários de Estado do governo Alckmin já estariam admitindo a candidatura do ex-governador José Serra a prefeito. Ele está em franca atividade, mesmo sem admitir o projeto. E há poucos dias ele lançou o seminário "Liderança política e gestão municipal nas grandes cidades", tendo convidado ex-assessores, que trabalharam com ele na prefeitura, no governo e no Ministério da Saúde. E quando deveria falar surpreendeu: "Não sou candidato a mais nada". Mas os ouvintes e ele mesmo riram da frase...

Nova ministra
A indicação da ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Rosa Maria Weber Candiota da Rosa para uma vaga no Supremo Tribunal Federal foi aprovada ontem por 19 votos favoráveis e três contrários, em votação que ocorreu na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Ela foi indicada para ocupar a vaga que foi aberta com aberta com a aposentadoria da ministra Ellen Gracie Northfleet. O senador Álvaro Dias disse que a ministra possui os requisitos para integrar o STF e perguntou se o mensalão vai virar piada de salão... com o Supremo absolvendo os réus. A ministra respondeu que a Justiça enfrentou a dificuldade de ouvir mais de cem testemunhas que foram arroladas no processo. “Há necessidade de tempo para ouvir as testemunhas do mensalão. A minha preocupação e a minha grande angustia é decidir os processos com a maior rapidez possível”, respondeu Weber.

No seu entender, a PEC apresentada pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso, é positiva ao tentar acelerar a tramitação dos processos na Justiça. A chamada PEC dos Recursos prevê a execução das sentenças a partir do julgamento na segunda instância. “O nosso paradigma é de quatro instâncias. Mas, eu aplaudo medidas que busquem correção de rumo”, disse a ministra.

Weber destacou, respondendo a perguntas, que o Judiciário só atua quando “provocado” e que não pode se abster de decidir quando o Ministério Público Federal protocola ação para questionar a abrangência e validade das leis: “O Poder Judiciário não age de ofício, só age provocado e quem tem muito provocado o Poder Judiciário é o grande advogado da sociedade, o procurador-geral da República. É o Ministério Público que tem levado esses temas ao Judiciário”.

Durante a sabatina, o senador Álvaro Dias perguntou a Weber se ela concorda com o sistema de indicação política dos ministros do Supremo, escolhidos pelo presidente da República entre cidadãos “com notório saber jurídico” e “reputação ilibada”. A nova ministra afirmou que o sistema pode ser “aperfeiçoado”. “Sempre o aprendizado se faz necessário. Somos eternos aprendizes. As instituições merecem ser aperfeiçoadas. Agora, a Constituição é que previu assim. Pode ser aperfeiçoada? Pode, não tenho a menor dúvida. Eu inclusive seria favorável.”

A nova ministra afirmou ainda que o grande problema do Judiciário é a lentidão e o acúmulo de processos. E disse ser favorável à chamada PEC dos Recursos, que visa dar celeridade à tramitação de ações judiciais.

Estrutura
Entre as ideias estudadas pela presidente Dilma Rousseff para enxugar seu governo está a junção dos ministérios do Trabalho e da Previdência Social. O que já existiu há alguns anos atrás.

Marighella
A viúva de Carlos Marighella, Clara Charf, 86, disse que a concessão da anistia política restabelece a verdade sobre o guerrilheiro, morto em novembro de 1969. no dia em que Marighella faria 100 anos, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça reconheceu que ele foi perseguido pelo Estado desde os anos 30, na ditadura de Getúlio Vargas. Em 1945, Marighella foi eleito deputado federal constituinte. Teve o mandato cassado em 1947, quando o Partido Comunista foi declarado ilegal, e passou à clandestinidade. No período do golpe militar acabou assassinado por agentes do Dops em São Paulo.

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