Lupi volta, assume o PDT e diz que o Partido pretende continuar no Ministério do Trabalho

Carlos Fehlberg

Ex-ministro diz que tem legitimidade para dirigir Partido, mas ainda não há nome para ser indicado

O presidente do PDT, Calos Lupi, discorda da existência de uma divisão partidária tendo como causa sua volta à presidência do PDT. Seu mandato vai até 2013 e ele reassumiu no início do ano. Ele pediu licença após seu afastamento da Pasta do Trabalho. Mas não há unanimidade: um grupo de deputados rege ao seu retorno e, sobretudo, à forma como ele se operou, defendendo uma discussão prévia sobre o assunto.


Mas Lupi está decidido e reage: “Todo partido tem divergência isso é democracia. Tem gente que não gosta da gente. Toda unanimidade é burra. Estou à frente do partido, fui eleito, tenho legitimidade, disse ele numa coletiva apos a reunião da Executiva e do diretório do partido, em Brasília.

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Quanto ao Ministério do Trabalho, diz que o partido quer continuar no comando dele, não há nenhuma lista e a decisão cabe a presidente Dilma Rousseff:

- Nomes indicados pelo partido ainda não há. Temos que aguardar a presidente Dilma dizer o que ela quer, que tipo de perfil ela quer. Hoje referendamos que o partido apoia a base do governo, independente de cargos em ministério. Só não teve ainda uma conversa com discussão de nomes. Acho que [essa conversa] deve ser antes do carnaval. Mas isso depende da manifestação dela – reafirma Carlos Lupi. Mas se fala em dois nomes, por enquanto: Manuel Dias e o do deputado Vieira da Cunha. A pasta do Trabalho está sob comando interino de Paulo Roberto dos Santos Pinto desde a saída de Carlos Lupi.

Espera e especulações
Na reunião do diretório nacional do PDT, Lupi afirmou que os pedetistas que querem sua saída da presidência têm o direito de pedir sua renúncia, mas que não deixará o cargo antes de março de 2013, quando se encerra seu mandato. E reafirmou: "É democracia, não posso fazer nada. Tem gente que não gosta da gente, toda a unanimidade é burra, já dizia Nelson Rodrigues. Tenho condições totais", afirmou

Um grupo liderado pelo ex-deputado Vivaldo Barbosa apresentou um pedido de saída de Lupi da presidência e de Marcelo Panela, tesoureiro do PDT, que era seu chefe de gabinete no Ministério do Trabalho, mas a proposta não foi votada.

Carlos Lupi, presidente do PDT: Estou à frente do partido, fui eleito, tenho legitimidade.”

Decisão sai logo
Lupi adianta ainda que a presidente Dilma deverá decidir na próxima semana quem indicará para assumir o Ministério do Trabalho. "Estamos esperando a presidente dizer o que ela quer, qual o perfil.




O nome depende mais do perfil que a presidente quer do que da nossa vontade, diz Lupi. Segundo o dirigente do PDT “O partido decidiu que vai apoiar independentemente de cargos, mas o governo manifestou que quer o PDT no Ministério do Trabalho. Acho que o encontro vai ser na semana que vem, antes do carnaval. A partir do momento que o governo chamar, vamos lá conversar”, afirmou.

Marina volta
A ex-presidenciável Marina Silva reapareceu em bom estilo no Fórum Social em Porto Alegre, depois de uma fase de retraimento. Parecendo estar em ritmo de campanha, participou de sete debates e divulgou seu movimento "Nova Política", embrião do partido que, segundo aliados, pretende fundar com possibilidades de voltar a disputar a Presidência. A ex-senadora admitiu essa hipótese: "Se para ele continuar sendo relevante for necessário sair em 2014, eu peço a Deus que me dê coragem para fazer de novo, porque não é fácil enfrentar uma batalha como essa".

Ela insistiu e apelou aos movimentos sociais para que pressionem pelo veto às mudanças no Código Florestal e criticou o governo ao cobrar propostas para a Rio+20. "O Brasil precisa definir qual é a sua posição."

Pauta forte
Se o Senado tem uma pauta forte este ano, a Câmara não fica atrás. O retorno do recesso deve colocar em evidência duas importantes matérias: a votação das propostas de divisão de royalties do petróleo e a análise do projeto do novo Código Florestal.




Também a proposta do fundo de previdência complementar dos servidores públicos estará em pauta. Diante do envolvimento dos deputados com suas bases municipais neste ano eleitoral tudo indica que a Câmara tente cumprir a agenda mais forte, que incluem esses temas, até julho. O novo Código Florestal e a nova divisão dos royalties da exploração de petróleo foram aprovados pela Câmara em 2011, mas sofreram modificações no Senado, daí a nova apreciação.

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