Haddad aposta numa aliança com PSB

E diz que mais importante agora é a recuperação de Lula
No fim de semana de decisões PMDB e PRB também definem as estratégias

CARLOS FEHBERG


Com o candidato adversário definido com as prévias do PSDB, o ex-ministro da Educação e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, diz que Lula (a quem visitou no fim de semana) está otimista em relação a uma possível aliança entre PT e PSB. Haddad diz que Lula “tem uma relação muito estreita com o Eduardo Campos, maior liderança do PSB.” Mas observa que, no momento, o mais importante é o ex-presidente se recuperar totalmente. Haddad conversou com Lula sobre política, PT e eleições, durante sua visita ao ex-presidente.

Fernando Haddad visitou Lula no hospital/Foto: Ricardo Stuckert
Enquanto isso, PMDB e o PRB fecharam um acordo para cada legenda manter candidatura própria à Prefeitura de São Paulo no primeiro turno das eleições municipais. A decisão foi anunciada pelos dois pré-candidatos, Gabriel Chalita e Celso Russomanno. Os partidos combinaram apoio mútuo caso apenas um dos candidatos avance ao segundo turno. O deputado federal Chalita diz que "nós temos um pacto de ajuda no segundo turno, mas no primeiro turno tanto o PRB tem candidatura quanto o PMDB tem candidatura. Isso já está definido", afirmou Chalita.

O entendimento entre as siglas foi definido na reunião dos dois pré-candidatos com o vice-presidente da República, Michel Temer e o presidente do PRB, Marcos Pereira, em Brasília no início do mês.

Maia: tensões
O presidente da Câmara, Marco Maia, diz que existem dois projetos polêmicos, que suscitam debates. Nós temos no Código Florestal uma grande discussão que envolve governo, oposição, partidos da base, mas que ao mesmo tempo acontece de forma transversal em todos os partidos. E observou que “ é muito difícil qualquer um que convive com o mundo da política dizer que não há um processo de tensionamento entre as relações existentes dentro da Câmara e também da Câmara com o governo. Há de fato alguns pontos de ajustes, de equilíbrios que precisam ser trabalhados entre o governo e o Legislativo para o próximo período.”

Caminho é o diálogo...
Para o presidente da Câmara, diante desse cenário, há necessidade de intensificar mais o diálogo, ter mais conversa de ida e de vinda entre o Executivo e o Legislativo: “Eu não sei se alguém tem que ceder, se A ou B tem que ceder. O que tenho dito é que precisamos dialogar muito para chegar a um entendimento que possibilite a votação da Lei Geral da Copa e do Código Florestal.


Para isso precisamos de todo o tempo necessário e possível para o acordo ser feito. Óbvio, o tempo não precisa ser muito longo, em demasia. Há o tempo da política, do debate, da discussão que queremos produzir no próximo período.” Questionado se houve falha durante o processo de discussão da Lei Geral da Copa, Maia se limita a dizer que houve uma grande confusão, talvez motivada pela troca de lideranças que aconteceu na semana passada. A troca aconteceu no meio do debate, no calor dessa discussão.

Haddad: “Lula tem uma relação muito estreita com o Eduardo Campos, a maior liderança do PSB.”

FHC e as polêmicas
O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso disse em Manaus que torce para que o Código Florestal seja logo aprovado pelo Congresso Nacional. Ele espera um "ponto de equilíbrio" com a bancada ruralista: "Eu espero bom senso. A agricultura precisa se desenvolver, afinal, o país está crescendo. Mas é importante manter um crescimento sustentável. Não há mais como pensar em crescimento sem pensar em meio ambiente, essa discussão já é superada", disse.

FHC participou em Manaus da 3ª edição do Fórum Mundial de Sustentabilidade. Sobre o Código Florestal considerou a pauta como urgente e disse que divergências entre governo federal e a bancada ruralista do Congresso têm que ser resolvidas: "O Brasil já tinha políticas eficientes para a questão ambiental. Aumentamos as áreas de preservação na Amazônia e reduzimos de 20 mil km² para 6 mil km² a devastação. Ainda é muito e isso precisa ser trabalhado", afirmou. Para ele, a polêmica envolvendo a aprovação da lei ambiental é resultado da ausência de uma "agenda política" do governo.

Dívidas estaduais
Foto: Jose Cruz/ABr Ministro da Fazenda, Guido Mantega/Foto: Jose Cruz/ABr
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os governadores das 27 unidades federativas vão participar de uma audiência pública na Câmara, no dia 19 de abril, para discutir o endividamento dos estados. A realização da audiência é o primeiro ato definido pelo grupo de trabalho criado pelo presidente da Casa, Marco Maia, para analisar a dívida dos estados com a União. No último dado disponibilizado pela Secretaria do Tesouro Nacional, de agosto de 2011, as dívidas renegociadas dos estados somavam R$ 388,4 bilhões.

Maia assume
Durante parte da estada de Dilma na Índia, o vice-presidente, Michel Temer, também estará no exterior, na Coreia do Sul. Assim, quem assumirá interinamente a presidência do país será o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.

Serra vence a prévia e deverá ser o candidato do PSDB em S.Paulo
Tucanos confirmam Serra que agora vai trabalhar pela unidade do Partido


O ex-governador José Serra venceu a prévia do PSDB de São Paulo, com 52,1% dos votos, e será o candidato do partido para concorrer à Prefeitura da capital paulista. Serra teve 3.176 votos. José Aníbal e o deputado Ricardo Tripoli, receberam respectivamente 1.902 e 1.018 votos. No total, 6.229 filiados tucanos participaram do processo nos 58 diretórios zonais do PSDB. Quando votou o governador Geraldo Alckmin disse que a prévia tucana não irá dividir o partido e que o processo legitimou o candidato que venceu a disputa. Alckmin, que declarou ter votado em Serra, disse que foi “um ato de humildade do ex-governador se submeter ao processo de prévia da sigla.”

José Serra discursa, após vencer prévia do PSDB de São Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também apoiou Serra e votou por volta das 12h no diretório regional de Perdizes: "Todos candidatos são preparados, mas eu tenho uma longa história política com o Serra", explicou o ex-presidente, abrindo seu voto. Já Serra disse que trabalhará pela união do PSDB após o resultado das prévias.

Antecedente
Quando anunciou sua inscrição nas prévias, Serra disse que entrava na disputa para atender a um "chamado da própria consciência". E em carta disse que "São Paulo é a maior cidade do Brasil e é aqui, neste ano, que se travará uma disputa importante para o futuro do município, do Estado e do país." Sua decisão ocorreu em 27 de fevereiro.

FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou apoio ao candidato José Serra nas prévias do PSDB. Ele votou por volta das 12h no diretório regional de Perdizes, que foi montado em um estacionamento na esquina das avenidas Glete e Barão de Limeira: "Todos candidatos são preparados, mas eu tenho uma longa história política com o Serra", justificou o ex-presidente. Até então, ele não havia declarado em quem votaria no processo interno do partido. E o governador Geraldo Alckmin afirmou que a prévia tucana não irá dividir o partido e que o processo legitima o candidato que venceu a disputa. O governador declarou ter votado em Serra, disse que foi um ato de humildade do ex-governador se submeter ao processo de prévia da sigla.
Fernando Henrique: “Tenho uma longa história política com o Serra".

Dilma no exterior
A presidente Dilma Rousseff participará da 4ª reunião dos Brics – grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro da cúpula, marcado para esta semana, será pautado principalmente pelos efeitos da crise econômica internacional nos países emergentes e pela criação de um banco único de desenvolvimento dos Brics. Os líderes presentes deverão debater formas de estimular o crescimento sustentável, meio ambiente e temas de paz e segurança global. Dilma deverá levar à pauta a conferência ambiental Rio+20 – a ser realizada em junho, no Rio de Janeiro – e negociar bolsas de estudos para o programa Ciência sem Fronteiras, que incentiva brasileiros a estudarem no exterior.

Dilma viaja acompanhada por uma comitiva de cerca de 60 empresários brasileiros.



Nas reuniões em Nova Déli estarão presentes também os presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul), e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. O Brics se reúne no momento em que ainda há incertezas devido à crise econômica internacional que ainda causa impactos na Europa e nos Estados Unidos.

Encontro
Na sexta-feira, Dilma será recebida pela presidente da Índia, Pratibha Patil, e pelo primeiro-ministro. Haverá cerimônia de assinatura de atos bilaterais entre os países. Segundo a embaixadora, devem ser assinados vários acordos de cooperação técnica em meio ambiente, cultura, promoção da igualdade de gênero e avanços na área científica e tecnológica.

ICMS
Uma proposta técnica sobre a alíquota interestadual do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviços (ICMS) pode ser fechada nesta semana na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A previsão foi feita pelo senador Romero Jucá (autor do Projeto de Resolução do Senado que uniformiza as alíquotas do ICMS nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados.




Segundo explicou o relator da proposta na CAE, senador Delcídio Amaral, o Projeto 72/2010 é “pedaço de um grande universo de discussões” em andamento no Senado neste semestre. A Comissão realizou em conjunto com a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania audiências em que empresários, economistas e tributaristas apontaram virtudes e defeitos da proposta. E a matéria é apontada como essencial para ajudar a indústria brasileira a sair da situação desfavorável, no ano passado, o setor representou apenas 14,6% do Produto Interno Bruto.

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